Sumário
A indexação no Google depende do SEO para o Google. E a indexação para a IA? Simples: também depende do SEO para IA.
Esse é um dos assuntos que pouca gente vem discutindo ultimamente. Aliás, poucas pessoas estão sequer buscando no Google como fazer SEO para IA.
Durante a pesquisa de palavras-chave para a elaboração desse artigo, constatamos que menos de 100 pessoas pesquisam por esses termos mensalmente.
Mas a IA continua só avançando. E ela está sempre na busca por novos dados — muitas vezes com urgência.
Hoje vamos conversar sobre o mecanismo por trás da IA — o que ela considera como válido para construir sua resposta — e sobre como você pode tornar seu conteúdo interessante para ela.
Vamos saber mais sobre a indexação para a IA? Então vamos entender primeiro a situação que ela se encontra hoje.
Vem comigo:
A IA está sedenta por dados — e eles estão ficando mais escassos
O principal motor de um sistema de Inteligência Artificial Generativa — especialmente modelos PLN, Processamento de Linguagem Natural — precisam de dados para conseguir criar seus resultados.
Isso não é novidade. Mas a questão é que sempre achamos que esses dados eram praticamente infinitos — enquanto a IA aprende com um dataset, mais dados estão sendo criados e disponibilizados diariamente.
A questão é que a IA está começando a encontrar problemas nas suas fontes de dados.
Recentemente, vários datasets — entidades que reúnem links e dados de alta qualidade e os diponibilizam ou vendem — estão criando restrições para a captura do seu conteúdo.
Em um artigo recente do The New York Times vemos vários desses agregadores de conteúdo valioso fechando as portas completamente para a IA.
Para os SEOs aqui na leitura, uma informação importante: esses datasets estão impedindo a leitura do seu conteúdo diretamente no robots.txt. A IA fica completamente barrada de sequer saber o que esses datasets contém.
Algumas fontes de dados vão até além, chegando a processar a OpenAI — como foi o caso do New York Times e de vários outros criadores de conteúdo.
A IA precisa de dados de qualidade. Mas estamos indo um pouco além do que precisamos aqui.
Em relação a SEO, SEM e search em geral, a IA não precisa de dados muito aprofundados sobre determinados assuntos. Mas ela ainda precisa deles.
Um pequeno parêntese para falar sobre isso por um momento. E depois vamos conversar melhor sobre como de fato fazer SEO para IA:
A natureza dos dados de IA Generativa para search
Acontece que essa falta de dados que a IA enfrenta e vai continuar enfrentando não está diretamente relacionada com o nosso trabalho em tráfego orgânico e marketing de conteúdo.
Nós estamos produzindo conteúdo constantemente, e não vamos parar tão cedo.
O que entendemos do cenário que estamos vivendo agora é bastante simples. A IA está aí, e ela é alimentada pelo conteúdo que marcas produzem.
Agora, o que vem acontecendo é que novos sistemas de search estão surgindo com a IA — destacando o SearchGPT e o Google Gemini, já incluído nas buscas do Google ao redor do mundo.
Esses sistemas têm um sistema de rankeamento similar ao do próprio Google, e citam as fontes que ajudaram a compor suas respostas.
Esse é um dos pontos que ilustra a necessidade de fazer SEO para IA — ser um desses links autoritários de fonte.
Mas também há um outro motivo: controlar a narrativa sobre seu segmento e sobre a sua marca.
Se você está em um nicho muito específico, você precisa que a IA consiga entregar respostas corretas para perguntas simples. É uma questão de negócios.
Por exemplo: você trabalha com a instalação de encanamento PEAD em larga escala. A IA precisa conseguir informar ao usuário quais são as características do PEAD e por que ele é mais indicado que outros materiais nesse contexto.
Essa é a necessidade de fazer SEO para IA. E esse é o momento — quando os recursos ainda estão no comecinho, e não vivemos em um cenário tão competitivo quanto o do SEO há alguns anos atrás.
Como fazer SEO para IA?
Tecnicamente, não existem ainda metodologias práticas voltadas para o SEO para IA.
Por exemplo: o SEO convencional, voltado para os mecanismos de busca, vinha com algumas regrinhas que são usadas até hoje.
A hierarquização dos headings, por exemplo. Ou a presença de backlinks que tornam o seu site mais atraente para os motores de busca.
A IA também tem as suas regrinhas, que por sinal são bastante similares. Posicionamento dos subtítulos, código limpo e até alguns pontos de E-E-A-T são compartilhados entre o Google convencional e as IAs que fazem a catalogação do seu conteúdo.
Isso por um motivo muito simples: a maioria do trabalho do on page SEO está relacionada com a experiência do usuário na leitura daquele resultado em específico.
O mesmo vale no SEO para IA. Os ajustes para aparecer nela não são muito complexos ou uma completa novidade, na maior parte do tempo.
Geralmente, você vai precisar seguir alguns preceitos mais associados com a sua realidade editorial e de pesquisa. E alguns poucos ajustes técnicos relacionados com dados estruturados, no caso do Gemini.
Vamos entender cada ponto melhor agora. Vamos juntos:
Continue com bom rankeamento no Google
O primeiro passo é simples: para ter seu conteúdo escaneado e indexado por qualquer IA, o melhor caminho é continuar colocando conteúdo na primeira página dos buscadores, especialmente o Google.
Não é segredo que a primeiríssima fonte de informação do ChatGPT foi o Google.
Muito antes dele começar a ter problemas com fontes de dados confiáveis, o Google já tinha sido escaneado e indexado quase que por completo pela maioria das PNLs.
E o GPT-4 tem acesso direto ao Google, inclusive conseguindo listar quais são os 10 primeiros resultados para uma determinada palavra-chave:
Então, o melhor é continuar investindo na criação de conteúdo otimizado para SEO para aparecer na IA.
Dizem que o Google vai acabar por conta da IA, mas ele ainda não acabou, e é a principal fonte de informação que a IA usa na imensa maioria dos resultados.
Inclusive, quando falamos mais cedo sobre a falta de dados que a IA enfrenta, grande parte desse apagão se deu pelo bloqueio da indexação pedido pelo Reddit.
O Reddit, para quem usa o Google constantemente, é um velho conhecido. Por ser um banco de dados em constante evolução, ele começou a dominar o topo das buscas feitas em inglês.
Não demorou muito para a IA usar o Reddit como fonte:
Inclusive, o Google precisou fazer um acordo de 60 milhões com o Reddit para poder usar esses posts.
Então, continuar trabalhando o SEO clássico com o objetivo de aparecer nas primeiras posições do Google é, pelo menos por enquanto, o fator dominante no SEO para IA.
Isso inclusive tem até um nome: Search Everywhere Optimization. Mais sobre isso no próximo tópico.
O novo SEO — Search Everywhere Optimization
O que precisamos entender agora é que o SEO, então, não é mais um esforço para simplesmente aparecer no Google.
Ele é um esforço para fazer o seu conteúdo aparecer em todo lugar — no Google, nas IAs e onde mais existir search.
Essa última frase é importante. A chegada da IA colocou a maior instituição da internet em cheque — o famoso “dê um Google”.
Todo mundo agora entende que o Google não é mais a única forma de ter uma resposta para as suas perguntas. Ele é um meio. Um voltado principalmente para quem quer respostas escritas por humanos em formato de texto.
O que o novo SEO propõe é que cada conteúdo exista dentro de um ecossistema de search, que engloba muito mais do que o bom e velho Google.
“Escrever um blog” era o padrão para uma estratégia de tráfego, mas agora isso está mudando. É necessário escrever um artigo. E esse artigo precisa ser desmembrado em:
- Vídeo curto para YouTube Shorts e TikTok;
- Carrossel de até 20 imagens no Instagram;
- Vídeo em formato longo no YouTube;
- Artigo completo para visualização no blog;
Dentre outras estratégias que você julgar necessário.
Assim, você aumenta suas chances de aparecer em todas as plataformas usadas para o consumo de conteúdo hoje, o que também aumenta suas chances de moldar o entendimento da IA.
Ajustes técnicos para aparecer no Gemini
Mas também precisamos conversar mais especificamente sobre o Gemini, que tem alguns recursos diferentes do ChatGPT e outras IAs.
O Gemini funciona muitas vezes como um snippet do Google. Seu banco de dados é amplo e variado como a maioria das IAs generativas, mas seu foco principal está no próprio buscador.
Por conta disso, é bastante comum que grande parte dos resultados do Gemini sejam exatamente os que estão melhor posicionados no buscador.
É importante otimizar seu conteúdo para que o Gemini consiga escaneá-lo com facilidade e adicioná-lo aos resultados.
Fazer isso é parecido com o trabalho de colocar seus artigos nos outros freatured snippets do Google — o trabalho é feito através dos dados estruturados, ou Schema Markup.
🔎 Leia também: Checklist de Otimização de Site — 21 ações de SEO e CRO
O Schema Markup é um código adicionado diretamente no HTML das suas páginas. Existem vários tipos disponíveis. Você pode ver e copiar todos no site Schema.org.
O indicado para o Google é o JSON-LD. Adicioná-lo não é difícil. Você pode fazer de duas maneiras:
- Manualmente — adicione o mark-up direto no site com a ajuda de um desenvolvedor. Pegue o código diretamente do site e instale no WordPress;
- Com plugins — use um plugin do WordPress que adiciona qualquer Schema ao seu site inteiro ou a páginas individuais. Escolha, na lista, pelo mark-up JSON-LD. O Schema Pro é um desses plugins, assim como o Yoast. Mas Eles costumam ser pagos.
Além de um Schema, você também vai precisar de alguns outros ajustes básicos de SEO técnico, destacando:
- Otimização para entidades;
- Velocidade do site;
- E-E-A-T score;
- Arquitetura bem determinada;
- Sitemap presente;
- Robots.txt atualizado;
É possível se aprofundar bastante no SEO técnico e ir bastante além de cada um desses pontos, mas também dá pra ficar na superfície e ter bons resultados.
Mas o importante é pelo menos colocar essas ações em prática no SEO para IA.
Escolha as palavras-chave corretas
A mesma regra de pesquisa de palavras-chave para SEO tradicional vale bastante no SEO para IA também.
Um estudo nos estágios iniciais no Gemini apontou que as palavras-chave de cauda longa e informacionais têm muito mais garantias de aparecer entre as fontes listadas do que palavras-chave transacionais.
Ou seja: a IA do Google, e a maioria das IAs, usa palavras-chave de cauda longa para gerar suas respostas, e prefere essas palavras-chave às transacionais na hora de exibir as fontes.
Mas o que isso quer dizer? Simples: a produção de conteúdo informativo não pode parar. É esse tipo de conteúdo que informa as IAs.
É bem fácil de entender que o SEO para a IA, na verdade, tem poucas diferenças em relação ao SEO comum, feito para as SERPs.
Mas antes de terminarmos o texto, precisamos fazer a pergunta de um milhão de dólares — você quer aparecer na IA?
Vamos explorar melhor esse questionamento agora:
Será que vale a pena aparecer na IA?
Na verdade, tudo o que conversamos aqui vai na contramão das boas práticas do marketing.
O conteúdo tem como principal finalidade trazer novos usuários para o seu site. Otimizando seu conteúdo para a IA, você está contribuindo para a baixa de visitantes histórica que os sites estão enfrentando.
Isso nunca aconteceu antes nessa proporção. Sites estão perdendo de 20% a 50% dos seus acessos e não estão recuperando esses números.
Esse percentual é acompanhado por uma interpretação muito realista do Search Engine Land: as visitas estão diminuindo pela baixa no CTR das SERPs — ou seja, menos pessoas estão clicando nos resultados, e optando pelo resultado da IA.
Então, ninguém sai ganhando com uma IA no modelo do Gemini, por exemplo, instalada diretamente no Google. Nem o usuário e nem o site.
Fazer SEO para IA é o recurso que sobra para não perder visitantes demais.
Colocando seu conteúdo e um link como fonte, você consegue pelo menos fisgar os visitantes que querem se aprofundar no resultado.
Mas caso você não queira de jeito nenhum ter seus resultados exibidos nas IAs, você pode incluir um código de bloqueio direto no robots.txt.
Nos links abaixo você acessa essa parte da documentação de cada uma das IAs:
Não recomendo retirar o seu site do CommonCrawl, porque ele é um dataset muito usado para pesquisa científica.
Mas as outras são todas IAs Generativas, e trazem instruções simples e bem básicas para remover o acesso ao seu conteúdo.
Todas menos o Gemini, é claro, porque ele é do próprio Google.
Espero que essas dicas tenham te ajudado a entender melhor qual é o estado atual da busca orgânica no mundo pós-IA.
Se ficou alguma dúvida, deixe um comentário que respondemos todos. Obrigado pela leitura e nos vemos no próximo texto!
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