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/ / O que é o “Novo Marketing”? Como se Manter Atualizado?

Tem muita gente por aí já falando sobre o “novo marketing”, mas a cada texto, opinião ou ensaio sobre o tema, ele se transforma um pouco. 

Isso é normal, já que estamos falando aqui de algo que é novo. Cada um vai ter a sua opinião mesmo sobre como as mudanças vão acontecer, é natural. 

E acaba que essas opiniões, na maioria das vezes, são só isso: opiniões. Um ou outro data point pode apontar para a conclusão sendo tomada, mas para saber como o novo marketing realmente vai ser, precisamos analisar vários fatores. 

É isso o que esse texto busca fazer hoje. Ao invés de dizer com certeza como será o novo marketing em 2025 e além, vamos tentar entender o novo ecossistema que já está surgindo, e ver o que tem potencial para grandes transformações. 

Pra gente não perder muito tempo aqui em cima, no tópico abaixo vamos entender melhor como esse artigo vai se desdobrar. 

Vamos juntos? 

Como Entender o que é o Novo Marketing? E Como Saber Como ele Será? 

Antes de tudo, precisamos determinar o que é exatamente o que chamamos de “novo marketing”. 

O marketing como é aplicado hoje, especialmente o marketing digital, tem características inovadoras que ainda não são aplicadas por todos os negócios. 

Para você ter uma ideia, no nosso Panorama da Geração de Leads 2024 identificamos que, em média, apenas 42% das empresas consultadas usam algum tipo de CRM de vendas ou plataforma para organização de leads. 

No cenário exclusivamente B2B esse número é um pouco maior: 54%. 

E os CRMs de vendas eram parte da aposta do “novo marketing” lá em 2010, ano em que essas plataformas estavam entrando no radar por conta da HubSpot e o Inbound Marketing. 

Então, falar sobre o “novo marketing” também é falar sobre o marketing que está acontecendo e até algumas questões que já até deveriam ter acontecido. 

O que entendemos como novo marketing é simples. Ele apresenta algumas características fundamentais que vamos explorar melhor ao longo desse artigo. São elas: 

  • Traz ferramentas completamente novas e não vistas antes; 
  • Aplica técnicas inovadoras com o auxílio dessas ferramentas; 
  • Não ignora técnicas, metodologias e ferramentas legadas;
  • Não se prende a uma única mídia ou estratégia;
  • É focado em dados acima de tudo, mas também toma muitos riscos; 
  • É integrativo, buscando envolver pessoas e departamentos que não estavam acostumados a ser consultados para trabalhos de marketing. 

Essas são as principais características do novo marketing, como nós entendemos aqui na Leadster.

Ao longo do texto, vamos buscar separar essas categorias em tipos de negócios, levando em conta principalmente o marketing digital e aqueles negócios que possuem algum tipo de presença online — preferencialmente pelo menos um site. 

Com a conceituação feita, é hora da gente se aprofundar em dados e opiniões para entender como e quando o novo marketing vai acontecer. 

🔎 Leia também: Estratégias de Marketing Digital 2024 — o Velho e o Novo

O Novo Marketing Geral — como ele se Apresenta para Todas as Marcas? 

Mulher olhando para o tablet com expressão pensativa

Antes da gente passar para esses pontos específicos, precisamos conversar sobre alguns outros que são mais gerais, e que vão impactar qualquer estratégia de marketing digital ao longo dos anos que estão por vir. 

Existem alguns pontos que são estratégicos, e por isso mais práticos — ou seja, eles já estão começando a ser entendidos, organizados e até aplicados. 

Um exemplo claro disso são as novas formas de divulgar conteúdo, como é o caso dos cortes, que inclusive está ganhando proporções nacionais por conta do seu uso em campanhas eleitorais, especialmente pela prefeitura de São Paulo. 

Um exemplo contrário é entender o que vai acontecer com o Google e o SEO, agora que a IA do Google já está em funcionamento. 

Nesse caso, não é possível dizer exatamente o que vai acontecer e pouca gente tem estratégias em prática nesse momento para lidar com isso. 

São assuntos como esses que vamos tratar aqui nesse tópico, ao longo dos próximos itens. Continue comigo para saber mais: 

Fim dos Cookies de Terceiros — por Dan Taylor, Google

No artigo “Marketing is at an inflection point. Here’s why that’s an opportunity”, escrito por vários executivos e executivas do Google, traz como a maior preocupação imediata o fim dos cookies de terceiros. 

Esse é um assunto muito urgente e que precisa ser organizado até o fim do ano. 

Para quem não sabe, o Google vai remover os third-party cookies dos seus produtos, incluindo o Google Chrome, aplicativos da app store etc. 

Ou seja: seus anúncios no Google Ads não vão mais contar com esses cookies nas segmentações. 

A estratégia para resolver isso, segundo, Gulin-Merle, é ter estratégias de captação de dados first-party — aqueles gerados pelo seu site, como cadastros, produtos favoritos, textos mais lidos etc. 

Para que isso aconteça bem, você vai precisar revisar a parametrização de links da sua marca ainda hoje. 

Mas Dan Taylor, VP de Global Ads no Google, chama a atenção para um outro ponto: a privacidade como valor. 

Ele diz que as pessoas online estão cada vez mais preocupadas com a sua privacidade, e que por conta disso, quem toma medidas para melhorá-la e informa que medidas são essas sai na frente da concorrência. 

“Isso significa que metade dos clientes está disponível — não apenas os seus clientes, mas também os de seus concorrentes. Ganhar e manter esses clientes exigirá novos relacionamentos que sejam construídos, e não comprados, com base na confiança e em uma verdadeira troca de valor.” — Dan Taylor, traduzido com ChatGPT

A Nova Mídia é Tudo, ao Mesmo Tempo, Agora

Quem viu os debates de 2024 à prefeitura de São Paulo com certeza se lembra de duas coisas com muita facilidade. 

A primeira delas é a cadeirada que José Luís Datena desferiu contra Pablo Marçal. 

E a segunda foi a tranquilidade e a naturalidade com que os candidatos falavam sobre conteúdo sendo postado naquele momento nas redes. 

Em uma ocasião, o candidato Guilherme Boulos chegou a dizer que o fact checking de uma das respostas do candidato adversário tinha acabado de subir no seu Instagram. E tinha mesmo. 

🇧🇷 É do Brasil! — “Desmarketize-se: o novo marketing não parece marketing”, por João Branco

Essa estratégia não é necessariamente nova: Manu Gavassi fez a mesma coisa no Big Brother, quando produzia conteúdo sobre as roupas que usava no confessionário e até nas suas campanhas para angariar votos nos programas, que eram integradas com o que ela dizia. 

O que isso nos mostra é que o novo marketing não tem casa. O que você produz no YouTube pode ser dividido em cortes e usado em vários outros canais, como reels, anúncios e até o próprio YouTube shorts.

O texto que você publica no seu blog pode virar um vídeo, que vira cortes, que vira reels, que vira post e por aí vai. 

É assim que o novo marketing vai ser, e é assim que ele vem sendo. Não deixe todos os seus ovos na mesma cesta! 

“No Google Media Lab, assumimos um compromisso: não apresentamos a nenhum parceiro um plano de mídia que não tenha componentes integrados de mídia paga, própria e conquistada. Falamos sobre tudo em conjunto, da forma como os usuários realmente experimentam” — Dan Taylor, Google

A IA Como Parceira dos Criativos

Quando a IA surgiu, o primeiro pensamento que veio na mente dos profissionais de marketing foi um bem assustador: a partir de agora, somos obsoletos. 

Mas esse pensamento logo se transformou em outro: criativos vão perder vagas? Sim, mas em empresas que ainda não entenderam o verdadeiro propósito da IA na criatividade. 

O ser humano tem uma vantagem que a IA não tem. Criativos treinados sempre vão conseguir entregar um trabalho melhor que a Inteligência Artificial se eles quiserem e tentarem. 

Sempre. Isso é uma garantia humana. Não é porque somos “mais inteligentes” que a IA. mas é porque nossa inteligência é holística, e a da IA é estocástica. 

Falando em estocástica, no texto abaixo trazemos sua conceituação junto com as limitações e oportunidades que a IA oferece. 

➡️ O que é Inteligência Artificial e Como Aplicar no seu Negócio

Por conta dessa característica que é intrinsecamente humana, nós conseguimos ir além do que é esperado de nós. Essa é uma das definições da criatividade, por sinal. 

A IA não consegue ir além do que ela foi programada para fazer. Então, os resultados que ela entrega podem até ser similares a um humano, e até melhores. Mas a garantia que o resultado pode ser sempre melhor que a IA  é apenas com um bom criativo. 

É nesse contexto que a IA surge. Nesse texto mesmo ela foi usada bastante para pesquisa. Eu, como autor, já sabia bastante sobre o que eu ia falar. Mas a IA conseguiu me entregar artigos específicos que expandem sobre os assuntos que quero tratar. 

“Brinque com a IA. É como argila crua. A IA pode ajudar você a criar quase qualquer coisa que imaginar, mas ela precisa de pessoas criativas para brincar e moldá-la, a fim de atingir todo o seu potencial” — Robert Wong, VP no Google Digital Labs

O futuro é Quântico?

Essa daqui pode te surpreender um pouco: você já ouviu falar sobre marketing quântico? 

Pode ficar tranquilo que não é conversa de coach nem mágica new age. O marketing quântico é só um termo para descrever as pesquisas sobre como o marketing deve ser após a computação quântica se tornar mais acessível. 

E isso está próximo de acontecer. Segundo a McKinsey, o mercado de computação quântica pode estar valendo até R$ 3 bilhões até 2030! 

O ponto que mais aponta a inevitabilidade da computação quântica é a forma com que ela é realizada, e a demanda extrema por energia que os sistemas de IA e data centers têm. 

O computador quântico opera não através de bits, que só existem como 0 ou 1, um sistema binário. Ele trabalha com qubits, que através da superposição quântica conseguem ser tanto 0 quanto 1 ao mesmo tempo. 

E isso transforma completamente a realidade da computação, aumentando principalmente a velocidade de processamento. 

Ainda é cedo para falar sobre como o marketing quântico vai ser, mas é importante mantê-lo no seu radar! 

O Novo Marketing — Analisando Formas Específicas de Aplicá-lo

Tudo bem: entendemos que o novo marketing apresenta desafios em oportunidades gerais, e fomos até bastante além de 2025 para entender o marketing quântico, que ainda está para surgir. 

Mas essas questões são bastante generalizadas. O novo marketing vai muito além disso. Para chegar nesse além, precisamos analisar questões específicas. 

Aqui, vamos focar em entender como será: 

  • O futuro do marketing nos e-commerces; 
  • O futuro do marketing B2B; 
  • O novo marketing de serviços; 
  • O novo marketing nas redes sociais. 

Tudo com bastante referências e até alguns exemplos do novo marketing sendo aplicado hoje. 

É importante entender a natureza holística do novo marketing. Estratégias podem ser aplicadas de forma interdisciplinar e funcionar muito melhor. 

Esse é o verdadeiro caminho do futuro. Mas vamos conversar sobre cada um desses pontos isoladamente. 

O novo Marketing nos E-commerces

Os marketplaces com certeza lideram em relação a estratégias do novo marketing. Aliás, eles já estão tão consolidados no mercado, que a tendência é que os e-commerces independentes fiquem cada vez mais nichados. 

Essa divisão é um dos pontos que mais pauta o novo marketing. 

Você vai ver ações e estratégias de larga escala em marcas como o Magalu e o Mercado Livre, por exemplo, que já estão destruindo as barreiras entre digital e físico. 

A Amazon começou toda essa revolução ao padronizar o formato de marketplaces e a entrega rápida. 

As inovações atingiram um grande pico durante a pandemia, quando comprar online e receber de uma loja da região até no mesmo dia virou padrão em áreas metropolitanas. 

Depois vieram as experiências com os lockers inteligentes, com a possibilidade de comprar seu produto online e retirá-lo em um local físico na cidade. A ideia não teve uma adesão muito grande, porém. 

Hoje, vemos o novo marketing ser pautado e testado em ações assim. Também podemos destacar: 

  • Vitrines inteligentes com IA; 
  • Fluxo de e-mails pós-compra automatizado com IA; 
  • Aplicativo de compras para experiência personalizada; 
  • Pagamentos próprios; 
  • Produção de conteúdo; 
  • Parcerias com Marketing de Influência;
  • Entrega no mesmo dia;
  • Anúncios em todas as plataformas possíveis, inclusive com patrocínios de eventos, product placement em novelas e realities; 

 Dentre várias outras. 

O E-commerce Próprio como Nicho

Um dos pontos mais claros do novo marketing para e-commerces que já estamos percebendo acontecer agora é a transformação de e-commerces próprios em centros nichados de produtos que não venderiam tão bem sem o marketing. 

Pense em uma marca de vestuário como a Bolovo. Ela é alternativa o suficiente para ser reconhecida não pelos seus produtos, mas por toda a sua trajetória até aqui, seus lançamentos, seu conceito. 

E isso implora por marketing bem feito, especialmente no YouTube e nas redes sociais. 

A questão é que com a distribuição pulverizada em marketplaces, essas marcas não teriam o mesmo sucesso que elas têm no seu nicho. 

E para permanecer nesse nicho, é necessário trabalhar conteúdo e trabalhar bem. 

Esse é o novo marketing na realidade dos e-commerces. Vender produtos é a principal preocupação de quem está nos marketplaces. E-commerces próprios vendem ideias, causas, estilos de vida, estilos de trabalho. 

E falando em estilos de trabalho: 

O Novo Marketing B2B

O marketing B2B vem se transformando bastante, porque ele precisa se transformar constantemente. 

Diferente da realidade B2C, o marketing B2B é bem mais complexo e envolve várias estratégias — incluindo Inbound e Outbound — para ter os melhores resultados possíveis. 

Aliás, esse é o novo marketing B2B: um que tem um olhar forte para os dados, e que emprega o máximo de ferramentas de transformação digital possíveis. 

Mas ao mesmo tempo, o novo marketing B2B precisa se inspirar bastante nas estratégias de construção de marca que o B2C naturalmente emprega. 

Mais do que buscar a performance o tempo todo, o novo B2B precisa entender que existem muitos pontos de contato que a marca não consegue contornar. 

Isso porque o processo de decisão hoje em dia está muito mais na mão do consumidor. E com o aumento de startups SaaS que vemos acontecer, tudo indica que ele vai continuar com esse poder por bastante tempo. 

Fizemos um estudo sobre o futuro do consumidor B2B, e nele trazemos esse gráfico sobre quais recursos de marketing B2B estão em alta e em baixa. Acompanhe: 

Perceba como estratégias mais inovadoras e que envolvem menos as marcas estão em alta: reviews de usuários, fóruns e comunidades, testes grátis, recomendação de um consultor independente, dentre algumas outras. 

E além de estarem em alta, quatro das cinco estratégias que estão melhor colocadas dão o poder quase que inteiramente nas mãos do consumidor. 

Se alguém viu um produto em um relatório da Gartner, por exemplo, e se interessou a ponto de pesquisar em fóruns sobre, e depois fez um teste grátis do produto, não houve quase nenhuma interação direta entre marca e consumidor. 

E você só vai conhecer esse consumidor quando ele se tornar lead qualificado ao fazer o teste do produto. Ele pode já te conhecer há meses sem nenhuma interação direta. 

O único dado que você tem é esse: o lead se converteu em um teste grátis. Bem vindo à era do Dark Funnel e o novo marketing B2B, onde o desenvolvimento do produto pauta tanto seu sucesso quanto o marketing direto. 

O novo Marketing de Serviços

Há toda uma categoria de empresas de serviços entrando no mercado com tiudo nesse momento: os profissionais autônomos. 

Com a explosão da internet e do marketing digital, ficou muito mais fácil abrir uma empresa e simplesmente oferecer para dez clientes o que você fazia em uma empresa como funcionário. 

Por conta desse fluxo muito grande de novos profissionais autônomos — muitos deles criativos, consultores, mas também em várias outras categorias — o marketing pessoal e humanizado nos serviços ficou ainda mais popular. 

Você percebe essa diferença quando analisa redes sociais de empresas que não colocam “rosto” no seu marketing. Fica tudo muito básico, com cara de básico, e com resultados básicos. 

Isso também vem impulsionado pelo crescimento do Marketing de Influência e pela grande popularidade dos vídeos como formato de conteúdo dominante na internet. 

Então, o novo marketing de serviços leva tudo isso que conversamos até agora em conta, mas com um apelo extra à humanização das suas estratégias, trabalhando com embaixadores da marca. 

O Novo Marketing nas Redes Sociais

As redes sociais também vão mudar e já estão mudando bastante. Hoje e para o futuro, o foco está na interação e na imersão. 

Aliás, é isso o que o próprio Kotler determina como o Marketing 6.0, mas ele traz uma visão mais voltada para a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada. 

Esses dois recursos, ainda que estejam vivendo uma nova renascença com o lançamento dos smart glasses da Meta com a Ray Ban, ainda estão se desenvolvendo devagar, e com custos proibitivos para a maioria dos consumidores. 

De qualquer forma, hoje já temos algumas dessas características de imersão, especialmente pós-pandemia. As redes sociais deixaram de ser apenas um local onde você conversa com os amigos — ela passou a ser uma central local da sua vida. 

Se você quer saber como é um local novo antes de ir, você vai para o Instagram. Se você não sabe onde ir, você vai para o Instagram e desce o feed até encontrar. 

O novo marketing precisa levar isso em consideração, entender essa realidade de uso nas redes sociais. E se pautar nela para seu trabalho fluir melhor. 


E aí, o que você acha do novo marketing? Como você acha que ele vai ser? 

Como deu pra perceber ao longo do texto, falar “novo marketing” não significa muita coisa prática hoje. 

Espero que com os exemplos que trouxemos do que já está acontecendo e com as informações de mercado que vimos juntos tudo tenha ficado mais claro! 

E se você quiser entender como nós aqui na Leadster estamos trabalhando o novo marketing, acesse nosso Benchmark Aberto clicando no banner. 

Obrigado pela leitura! Nos vemos no próximo texto. 

Categorias: Marketing digital

Fernanda Andreazzi

Especialista de Marketing na Leadster

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Fernanda Andreazzi

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