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O Marketing 5.0 é mais uma classificação do grande guru do marketing tradicional e digital, Philip Kotler. 

Apesar de soar como novo, a verdade é que o termo foi cunhado ainda durante a pandemia, lá em 2021. 

Repare: “lá em 2021” parece ser exagerado, já que só se passaram 3 anos desde o lançamento do livro. 

Mas a verdade é que no marketing tudo anda a um ritmo muito acelerado. 3 anos já são mais do que suficientes para colocar tudo o que Kotler teorizou em prática, e entender se seus mais novos preceitos funcionam ou não. 

Um spoiler rápido: eles funcionam sim, e funcionam muito bem. Como exatamente isso acontece e como aplicar tudo o que já está dando certo para a sua empresa é o que você vai descobrir hoje nesse texto.

Vamos começando? Temos muita coisa teórica para falar aqui nessa parte inicial do texto. E mais para o final, vamos virar a mesa e começar a falar da prática. 

Vem comigo: 

O que é o Marketing 5.0 segundo Philip Kotler?

 

Só para clarificar bem: o termo Marketing 5.0 não é atribuído somente a Philip Kotler, mas também aos seus co-autores — Iwan Setiawan e Hermawan Kartajaya. 

O termo foi descrito no livro “Marketing 5.0 — Tecnologia para a humanidade”. Veja o link para comprar na Amazon. 

Aliás, esses dois co autores trabalharam com Kotler desde o lançamento do Marketing 3.0, que foi uma grande revolução na época, sendo lançado em 2010, ano de grande popularização do marketing digital. 

O Marketing 5.0 é a era do marketing determinada por Kotler onde a integração da tecnologia se torna mais urgente. 

Não que antes dessa era a tecnologia não fosse necessária. O que Kotler postula no livro é que a partir de agora a integração entre marketing, humanidade e tecnologia não é mais um diferencial. Ela é urgente. 

Um pouco mais sobre isso. Perceba que o nome do livro é “Tecnologia para a humanidade”. Aqui, pela primeira vez nos seus livros, Kotler busca ir além do marketing e da tecnologia, traçando um paralelo direto entre o bem estar da humanidade e o que ela consome digitalmente. 

Muito além de colocar a tecnologia como uma ferramenta necessária para o marketing, Kotler entende que ela já é parte central na vida de todas as pessoas. 

Por conta dessa centralidade, chegou a hora do marketing explorar a tecnologia de uma forma que coloque os seus usuários — o nosso público-alvo — sempre em primeiro lugar. 

O livro é de uma leitura bem interessante por abordar esses temas. Muito além de uma fórmula de bolo, ele busca esmiuçar o papel do marketing nesse mundo cada vez mais conectado. 

E atribuir também as melhores práticas e ferramentas que o Marketing 5.0 ao sucesso das marcas que as aplicam. 

Então, esse livro acaba sendo bastante fascinante por isso. Kotler nos convida a usar a tecnologia e a colocá-la no centro das nossas operações e negócios. 

Mas também a pensar nos seus impactos e em como superar os desafios que uma sociedade digital traz de um jeito que continue gerando cada vez mais resultados para as empresas. 

🤿 Se aprofunde: Evolução do marketing: da Mesopomia a Philip Kotler

Se tudo está parecendo um pouco abstrato, não se preocupe. Vamos começar a entrar em detalhes agora, depois dessa sinopse. 

Olha só: 

Entendendo melhor os recursos do Marketing 5.0 com exemplos

Mulher olhando em binóculo ao lado de foguete

 

O Marketing 5.0, como vimos, nos convida a pensar além dos resultados e entender os impactos da vida digital na vida real. 

O entendimento desses impactos e o respeito com os usuários da tecnologia é o grande motor de sucesso das marcas que aplicam o conceito do Marketing 5.0. 

E claro: a integração das marcas nessa nova vida digital é ainda mais importante. Integração com responsabilidade é o grande tema do Marketing 5.0. 

Se os usuários esperam que algo seja digital, alguma marca vai oferecer o serviço ou conteúdo digitalmente. Se não for a sua, vai ser a sua concorrente. 

Enumerei aqui os principais recursos do Marketing 5.0 na busca dessa integração total entre consumidor e o marketing digital. Vamos ver na prática? 

🤿 Se aprofunde: As Mudanças no Comportamento do Consumidor em 2024 em Dados

Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial já está em praticamente tudo o que você imaginar. 

Desde a câmera do celular dos seus clientes e leads até o sistema de Inteligência Comercial que você aplica na sua empresa, tudo vem com uma boa dose de IA. 

O Marketing 5.0 nos pede para entender qual é a relação da IA com os nossos consumidores, e como nossas marcas devem se aproximar das ferramentas. 

Por exemplo: desde que a IA foi popularizada, várias marcas começaram a fazer ações promocionais usando essa tecnologia. 

Veja por exemplo a trend Disney Pixar AI. Ela foi criada de forma orgânica, pelos próprios usuários, mas uma marca se aproveitou dela para colocar seu produto em evidência: a Microsoft. 

A gigante dos computadores já integrou a IA no seu buscador Bing, mas até agora ela não vinha tendo muito sucesso com ele. 

Uma das atualizações mais recentes, de setembro de 2023, integrou o DALL-E 3 à plataforma, permitindo a criação dos posts por milhões de usuários. 

Cães feitos com IA no estilo Disney Pixar

 

É esse tipo de recurso que o Marketing 5.0 exige. A tecnologia não foi criada pela Microsoft, a trend também não: mas com sua ação rápida e decisiva, ela conseguiu mais acessos e mais usuários ao seu buscador, que nunca foi tão popular quanto agora. 

Processamento Natural de Linguagem

O PNL também é uma forma de Inteligência Artificial, reservada principalmente aos geradores de texto. Em poucas palavras, o ChatGPT. 

O Marketing 5.0 convida as marcas a entenderem e aplicarem o PNL nas suas ações e nas suas rotinas de marketing, mas como tudo na vida, essa aplicação vem com algumas ressalvas. 

Primeiramente, há o risco ético de transformar a internet em um grande aglomerado de textos escritos por IA. Isso não gera vantagem para ninguém!

Ao mesmo tempo, o PNL pode e deve ser aplicado em situações mais simples, onde a interação do usuário com uma marca não precisa necessariamente envolver um ser humano. 

É o caso dos chatbots com Inteligência Artificial, por exemplo

Você vai percebendo como o Marketing 5.0 não caminha sozinho. Não é só “use essa ferramenta”, mas também “use essa ferramenta com responsabilidade e a inserindo na rotina dos seus usuários”. 

Não adianta nada criar centenas de posts e anúncios com IA se o seu público-alvo não gosta de conteúdo gerado com IA. 

Kotler nos convida a pensar de forma crítica, a implementar as novas tecnologias mas sempre com o usuário no centro. 

Sensores e IoT

A IoT parece até assunto velho no marketing, porque ela está chegando e chegando e chegando a tanto tempo… 

Mas a verdade é que ela foi anunciada com muito alarde no começo da década passada, e quando ela chegou, a gente nem percebeu direito. 

Hoje em dia já tem internet em centenas de eletrônicos, de televisões e impressoras até jukeboxes interativas nos bares. 

Essa tecnologia está em todos os lugares, mas ela ainda não vem sendo tão bem aproveitada assim pelas marcas. 

O Marketing 5.0 nos convida a entendê-la melhor, buscando inseri-la nas nossas rotinas de marketing de um jeito que coloque as interações do usuário sempre em primeiro lugar. 

Um ótimo exemplo de como isso vem sendo feito são as integrações com a Alexa e o Google Home. Pouco a pouco e com a ajuda da IoT, a Amazon e o Google estão criando verdadeiros sistemas operacionais para a casa. 

Qualquer produto ou serviço que se conecte a eles está aplicando com maestria o Marketing 5.0. 

Robótica

A Robótica é outro recurso que o Marketing 5.0 convida os profissionais da área a utilizarem. 

Porém, esse ainda é um dos pontos menos desenvolvidos aqui no Brasil e até no mundo. 

Hoje, a robótica está atuando principalmente em casos de logística e organização, como é o caso dos robôs da Amazon. 

Foto mostrando os robôs humanoides da Amazon

 

Porém, a evolução dessas tecnologias vem vindo bem rápido, e as transformações estão bem à nossa porta. 

Realidade Aumentada e Realidade Virtual 

Preciso ser um pouco honesto com você: na maioria dos textos que você vai ler pela internet, a Realidade Aumentada e a Realidade Virtual vão ser sempre colocadas como “o metaverso”. 

A realidade é que o metaverso falhou. A tecnologia entrou nos holofotes em 2019, impulsionada pelo Facebook, que logo mudou de nome para “Meta” justamente para alavancar a tecnologia. 

E desde então, nada aconteceu. O próprio Facebook lançou alguns jogos e recursos, mas eles foram caindo pouco a pouco no esquecimento. 

A questão é que não dá pra tratar AR e VR como exclusivamente o Metaverso. Conforme o hardware dos smartphones vai se tornando melhor, várias marcas já conseguem implementar esses recursos de forma mais simples. 

Ações de marketing de guerrilha, por exemplo. Ou provadores online, apps para medições, lojas de móveis que colocam seus SKUs digitalmente nas casas dos clientes, tudo isso já está sendo usado hoje. 

Blockchain

O último ponto, e um dos menos abordados hoje pelo marketing, é a blockchain. 

A blockchain é uma mistura entre um livro-caixa e uma super rede de computadores. Ela facilita transações digitais, operando de forma independente, sem a necessidade de intervenção de bancos ou regulamentação com o governo. 

Hoje, os esforços mais notórios do marketing na blockchain são as NFTs. Mas ainda há quem diga, inclusive o próprio Kotler, que ela pode revolucionar completamente a forma que fazemos marketing. 

Essas NFTs, inclusive, já representam essa possibilidade. Estudiosos e gurus do digital já apontam para a possibilidade de oferecer NFTs como Lead Magnets, armazenando as informações dos usuários na blockchain. 

Isso traz mais segurança para os usuários, já que esse armazenamento é descentralizado e de total responsabilidade de cada marca. Nada fica salvo em um servidor da RD Station, por exemplo. 

E as NFTs têm o potencial de serem muito mais atrativas na conversão de leads, já que o modelo que estamos acostumados — e-books, whitepapers, webinars etc. — já está ficando um pouco datado. 

 

Os cinco componentes do Marketing 5.0 por Iwan Setiawan

Bom, esses recursos são bastante práticos, mas é sempre bom a gente dar uma olhadinha na teoria também pra não ficarmos perdidos no que o Marketing 5.0 realmente oferece. 

Só um detalhe antes da gente continuar: é muito importante que você leia o livro para entender 100% o que ele está propondo. 

O Marketing 5.0 está muito relacionado com a ideia da Sociedade 5.0, uma iniciativa do governo japonês para o futuro da humanidade. 

Basicamente, a Sociedade 5.0 prega por “uma sociedade com os humanos no centro, que busca a resolução dos problemas econômicos e sociais através de um sistema que integra o espaço digital com o espaço físico”. 

É quase como dizer “como seria o marketing na Sociedade 5.0?”. A resposta para essas perguntas estão nos componentes do Marketing 5.0. 

Em 2020, Iwan Setiawan, coautor do livro, participou de um webinar que discutia cada um desses componentes. Você pode acessar a transcrição aqui ou ler o nosso resuminho logo abaixo: 

Data-driven marketing

Esquema mostrando o funcionamento do Data Driven Marketing

Fonte: pkmarketing Japan

 

As plataformas de Big Data estão mudando o jogo do marketing já há algum tempo. 

Temos algumas limitações hoje que não tínhamos há alguns anos — a LGPD, por exemplo, e o fim dos third-party cookies — mas mesmo assim, nunca tivemos tantas possibilidades de captar dados comportamentais dos nossos visitantes, leads e clientes. 

O que o Marketing 5.0 traz — não só a filosofia, como o próprio livro — é uma organização desses dados em grandes categorias, e a determinação de pontos a serem analisados dentro dessas categorias. 

As principais categorias determinadas por Kotler, Setiawan e Kartajaya são: 

  • Dados sociais: interações e interesses dos usuários nas redes sociais;
  • Dados de mídia: interações de usuários em campanhas publicitárias integradas;
  • Dados de web: todo tipo de interação dos usuários na internet;
  • Dados de loja: interação de clientes em lojas físicas;
  • Dados IoT: interação em dispositivos com Internet das Coisas (smartphones, TVs, Alexas etc.)
  • Dados de engajamento: culminação de todos esses dados para a construção do perfil do cliente e sua abordagem; 

Essas categorias gerais trazem uma grande quantidade de dados, que podem ser capturados diretamente na plataforma de origem e precisam ser organizados dentro de plataformas de Inteligência Comercial e Big Data. 

É possível tirar diversas análises desses dados, desde que você trabalhe com boas ferramentas e tenha frameworks diversificados para analisá-los. 

Por exemplo: um framework pode ser “efetividade do marketing inbound”. Nesse ponto, as categorias de dados mais analisadas vão ser os dados de web, dados de loja e dados sociais. 

“Big data” é uma expressão mais assustadora do que a prática realmente é. Esses dados já estão sendo capturados. Depende de você o que fazer com eles. 

🤿 Se aprofunde: Data-driven marketing - o que é e como usar dados para gerar mais leads

Marketing preditivo

Esquema mostrando o funcionamento do Marketing Preditivo

Fonte: pkmarketing Japan

Já existem sistemas em funcionamento hoje, principalmente em grandes empresas, que conseguem predizer fases bem importantes da sua vida. 

O caso da Target é o mais famoso, e saiu até no NY Times em 2012. Basicamente, com base no histórico de pesquisas de uma menina no site, seu algoritmo descobriu que ela estava grávida antes da própria família dela. 

Com todos esses dados na mão fica bem claro como sua organização vai resultar no marketing preditivo naturalmente. 

Se você marcou todas as caixinhas do tópico anterior — ou seja, coleta dados gerais de navegação, de interações nas redes sociais, de compras via IoT etc. — é possível dizer com uma boa chance de sucesso o que seu cliente vai comprar. 

Inclusive, até mesmo antes dele próprio saber. 

Hoje em dia, o marketing preditivo está vivendo sua era de ouro com a Inteligência Artificial. É possível encontrar, com um único Google, dezenas de startups agregando dados e entregando relatórios preditivos. 

Outras grandes empresas de CRM — a Salesforce é um grande exemplo disso — vêm apostando alto nessa modalidade também. É uma questão de tempo até que o marketing preditivo deixe de ser tendência e passe a ser padrão do mercado. 

Marketing contextual

Esquema mostrando o funcionamento do Marketing Contextual

Fonte: pkmarketing Japan

A contextualização é o desafio que estamos enfrentando agora. 

Como você pôde ver nos dois últimos itens, o Marketing 5.0 já está bastante avançado. Já é plenamente possível hoje aplicar o data-driven marketing e o marketing preditivo. 

O marketing contextual também já pode ser aplicado hoje e está sendo, mas ele vem se desenvolvendo pouco a pouco, uma tecnologia de cada vez. 

Já existem empresas que usam a IA para analisar a voz de clientes em atendimentos para suporte, e com base no seu humor, oferecem ou não oferecem outros produtos.

Se a pessoa está com raiva, por exemplo, a IA determina que é melhor só resolver o problema. Mas se ela está calma e tranquila, é possível tentar um upsell

Augmented Marketing

Esquema mostrando o funcionamento do Marketing Aumentado.

Fonte: pkmarketing Japan

O Marketing 5.0 também determina formas com que o marketing pode melhorar, ou “aumentar”, a experiência dos seus clientes através da tecnologia. 

Veja um exemplo clássico: o AirBnB. Antes dele, muitas cidades brasileiras eram absolutamente exclusivas, jóias raras que só quem já as conhecia conseguia visitar em altas temporadas por indisponibilidade de hotéis na região. 

Uma cidade minúscula, com apenas um hotel, faz um festival de inverno. Turistas até podem ir, mas sua estadia é limitada pela quantidade de quartos livres. 

Com o AirBnB, tudo isso mudou completamente. Você pode usar o app inclusive para conhecer lugares que nunca ouviu falar antes. 

Nesse gráfico logo acima, a pkmarketing determinou, conforme Kotler definiu, uma matriz simples para a automação desses esforços. 

A experiência dos clientes com a marca passa por quatro grandes categorias: 

  • A experiência humana facilitando a transação: bancos, varejo, etc.; 
  • A experiência humana aumenta a confiabilidade: seguros, imóveis, etc.; 
  • A experiência melhora o produto: delivery, viagens, vendas B2B
  • A experiência é o produto: hospitalidade, alimentação, etc.; 

Todas essas categorias podem ser “aumentadas” pelo Marketing 5.0, sendo que as duas primeiras, onde a experiência humana não é necessariamente o foco, podem ser completamente automatizadas. 

Marketing Ágil

Esquema mostrando o funcionamento do Marketing Ágil

Fonte: pkmarketing Japan

O Marketing Ágil busca implementar os Métodos Ágeis para a operação de marketing. 

Isso não é exatamente uma tecnologia ou uma ferramenta específica que você pode comprar e implementar. 

Na verdade, o que o Marketing 5.0 nos pede é o fim dos processos sequenciais, e o início dos processos simultâneos. 

É assim que a maioria das empresas de tecnologia funciona e opera hoje mesmo. 

Os Métodos Ágeis buscam a separação da equipe em squads descentralizadas, que desenvolvem hipóteses e produtos e fazem testes rápidos através de análises de dados e produção através de sprints. 

Tudo isso culmina em uma facilidade maior ao inovar, e acaba gerando ótimos resultados. 

Comparativo entre o Marketing 5.0 e os anteriores

Megafone ao lado de emoji com estrelas nos olhos

Bom, já conversamos bastante sobre a teoria e a prática do Marketing 5.0 até agora, certo? 

Mas precisamos conversar um pouquinho mais sobre como essa classificação chegou até onde estamos nesse momento. 

Isso porque, logo em seguida, vamos conversar sobre os tipos de negócio e como eles podem implementar o Marketing 5.0 começando hoje. 

Pequenas empresas, por exemplo, ainda usam vários recursos de fases anteriores do marketing e obtém sucesso com elas. 

Não é justo pedir para que elas abandonem tudo o que estão fazendo e entrem de cabeça no Marketing 5.0. 

Por isso, vamos ter esse momento rápido de teoria aqui só para você entender quais recursos você está usando das diferentes fases do marketing. 

E entender, no fim, quais podem ser aproveitados na sua estratégia de Marketing 5.0. 

Vamos lá? 

Marketing 1.0 

É a fase “produto” do marketing. A qualidade de uma marca estava associada primariamente à qualidade dos produtos que ela conseguia entregar. 

As estratégias do Marketing 1.0 giravam em torno de colocar o produto na frente do consumidor, custe o que custar. 

No seu livro “Scientific Advertising”, Claude Hopkins detalha alguns desses processos, muitos deles iniciados inclusive logo na virada do século XIV para o XX. 

Um deles você deve ver sendo usado até hoje: a amostra grátis. Hopkins pagava diretamente para o varejista o preço de uma caixa do seu produto. Depois, ele oferecia cupons para o seu público-alvo. 

Esses cupons valem o produto, que era retirado direto do varejista. Como Hopkins confiava no produto sendo vendido, ele não tinha nenhuma ressalva em oferecê-lo de graça. Na verdade, ele sabia que essa era a melhor forma de obter clientes fiéis. 

Tudo isso foi mudando, porém, conforme a produção industrial humana foi crescendo após as duas grandes guerras. O Marketing 2.0 passou a dominar o mundo: 

Marketing 2.0

A concorrência ficou enorme no pós-guerra. O Japão, após sua reconstrução, passou a ser um grande produtor de eletrônicos. A China pós Mao deixou de ser um país rural para ser um verdadeiro titã da indústria. 

E os próprios E.U.A., com o crescimento acelerado da população (o famoso Baby Boom dos anos 40 e 50), também passou a ter centenas de produtos muito parecidos brigando por um espaço no mercado. 

Esse foi o fim da era do produto, e o início da era do consumidor. Antes, você poderia entrar em um mercadinho e escolher entre duas marcas da sua preferência — e geralmente, uma era mais cara do que a outra. 

Agora, todos os mercados têm dezenas de marcas. Como se destacar? 

Simples: com o foco no consumidor. Todos os esforços publicitários deixaram de focar tanto nas qualidades dos produtos, e começaram a ilustrar como aquele produto era certo para aquela demografia. 

Foco na palavra demografia. Ela vai ser importante logo logo. 

Os produtos começaram a se tornar diferentes principalmente nos preços. Depois, eles começaram a ter regionalizações específicas. E tudo isso sendo comunicado incessantemente pelo marketing. 

Porém, fica bem claro como esse movimento tinha data de validade, não é? Ele é só uma forma de jogar a concorrência para debaixo do tapete. 

O único jeito de lidar com a concorrência era — e ainda é — através da personalização no marketing. E aí surgiu o marketing 3.0: 

Marketing 3.0 

O Marketing 3.0 nasceu com a necessidade de se destacar da concorrência, de se conectar com as pessoas a nível individual. 

Aqui, não estamos falando mais de qual é o produto certo para cada demografia, mas sim como entregar o produto certo para um tipo específico de pessoa. 

Pela primeira vez na história do marketing, começamos a pensar na individualidade de cada ser humano. O que move cada pessoa, não o que é o melhor para cada segmento de pessoas. 

Essa foi a era de ouro da publicidade. O copywriting foi inventado. Grandes agências da Madison Avenue ganharam o mundo nessa época, com várias delas ativas até hoje — no Brasil, temos a Ogilvy e a BBDO, por exemplo. 

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Marketing 4.0 

Nesse momento, estamos transicionando entre o marketing 4.0 e o 5.0. 

Com a internet, muita coisa mudou. Muita coisa mesmo. O marketing principalmente. Já somos absolutamente individualizados, ainda mais com o advento de metodologias como o Inbound Marketing e o Marketing de Conteúdo

Agora, buscamos entregar valor para cada indivíduo dentro do nosso público-alvo. E há algo completamente diferente de todos os tipos de marketing que vieram antes: em alguns casos, o produto quase não existe. 

Na geração de leads, você pode passar uma semana inteira em contato com um visitante e, em todos os pontos de interação que ele ler, não ter nenhuma menção ao produto. 

O Marketing 4.0 também traz uma grande ênfase na geração e interpretação de dados. Algo que foi aproveitado e expandido no Marketing 5.0. 

Agora, para finalizar, precisamos ir ainda mais fundo na prática e entender como empresas de diferentes portes podem aplicar o Marketing 5.0. Vem comigo?

Como começar a fazer Marketing 5.0 sendo PME?

Mulher com múltiplos braços em frente a um computador. Cada braço segura algo diferente.

Começar a fazer Marketing 5.0 não é um trabalho muito difícil, na verdade. 

É só uma questão de mudança de prioridades e de abordagens. Uma das técnicas que conversamos ao longo do texto, o Agile Marketing, não exige nem tecnologias específicas. 

A questão é que aplicar completamente o Marketing 5.0 ainda não é uma tarefa muito fácil para todas as empresas, muito por conta da limitação da tecnologia. 

Por exemplo: usar o Processamento de Linguagem Natural para o atendimento de clientes via chatbot é uma realidade, mas a tecnologia ainda não chegou onde gostaríamos que ela estivesse. 

Então, todos estão precisando trabalhar dentro das limitações que o tempo e o balanço do progresso nos impõe. 

A diferença entre pequenas, médias e grandes empresas está no quão longe elas conseguem ir no Marketing 5.0. 

Fiz aqui um esquema rápido que vai te ajudar a entender quais são as limitações mais comuns desses portes de empresa, e o que você pode fazer hoje aí no seu negócio para dar seus primeiros passos no Marketing 5.0. 

Vem comigo? 

Marketing 5.0 para pequenos negócios

Os pequenos negócios podem começar pequeno, com algumas tecnologias que já estão disponíveis e são bem simples de usar. 

Algumas são pagas, mas outras são completamente grátis. 

Mas veja bem: não vou tratar aqui de pontos básicos, que já foram descritos no Marketing 4.0: utilizar as redes sociais, criar um site, produzir conteúdo — tudo isso é bem básico e na verdade você já deveria estar fazendo. 

Pequenos negócios podem usar o Marketing 5.0 de diferentes formas. A mais evidente é o data-driven marketing. Pode acreditar! 

Através de ferramentas gratuitas, como o Google Analytics 4, você tem acesso a uma quantidade enorme de informações sobre os visitantes dos seus sites, origens de conversão em campanhas, eventos etc. 

Além disso, uma produção com o Agile Marketing é simples de implementar e vai exigir, talvez, no máximo uma plataforma extra, como o Jira. 

Esse é o primeiro passo para pequenos negócios. Não vou muito além porque qualquer outra medida acaba trazendo complicações que as PMEs não têm estrutura para manter. 

Marketing 5.0 para empresas médias

As empresas de médio porte já podem ir além no Marketing 5.0. 

Importante destacar: aqui, o investimento vai ser um pouco mais alto, ok? Vamos começar a conversar sobre algumas plataformas e tecnologias pagas. 

O ponto principal onde médias empresas podem trabalhar no Marketing 5.0 é principalmente na captação mais aprofundada de dados e com o marketing preditivo. 

Um ponto complementa o outro. Com a captação de dados, você consegue ter mais informações sobre o que vem acontecendo com os seus clientes. 

E essas informações, quando catalogadas em plataformas de marketing preditivo, valem muitas e muitas vendas. 

Separei aqui uma lista rápida de softwares que já fazem esse trabalho de predição. Acompanhe: 


Hoje a conversa foi sobre futuro. E aí, o que você achou do Marketing 5.0? 

Toda vez que vamos falar sobre essas metodologias de marketing, gosto de deixar um pequeno disclaimer no final. Nada disso está escrito na pedra. 

E a transição entre as “fases” do marketing não é nem de longe marcada com uma fronteira, com bandeirinha e tudo. 

A maioria das empresas vai usar uma mistura entre o Marketing 4.0 e o Marketing 5.0 ainda por muitos anos. E tá tudo certo. 

Mas queria te convidar pra gente conversar um pouco mais sobre o futuro. Mais especificamente, o Futuro do Consumidor B2B. 

Reunimos pesquisas, fizemos as nossas e chegamos em grandes conclusões sobre qual é o cenário do Marketing B2B daqui em diante. 

Para acessar o material, é só clicar no banner abaixo. Vou ficar te esperando, ok? Obrigado pela leitura! 


Fernanda Andreazzi

Especialista de Marketing na Leadster

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Fernanda Andreazzi

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